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By quinta-feira, agosto 04, 2011 , , ,

             Eu a verei novamente...


Por: Gabriel de Freitas         

Minha vida acabou há dois anos, quando perdi a razão do meu viver, Jullie McPartlin.
 Lembro-me como se fosse ontem...
 Eu a conheci na faculdade, ela estava cursando Arquitetura e eu Engenharia, nos conhecemos por acaso. Eu andava as pressas pelo corredor com alguns projetos para a aula quando um trombou contra o outro, eu cai xingando, mas logo parei quando a vi. 
 Não sei explicar o que aconteceu, os olhos dela encontraram os meus e simplesmente esqueci-me de tudo, não queria pensar em mais nada, a não ser nela.
_Você está bem? – Ela olhou para mim – Você está bem?
_Há... Estou sim – Me levantei e estendi a mão para ajudá-la – e você?
_ Só um tombo, nada demais – Ela segurou minha mão e eu a ajudei levantar – Então, você tem nome?
_ Joe, e o seu?
_Jullie
_Prazer Jullie – Eu abaixei e peguei minhas coisas.
_O mesmo, Joe.

Depois disso cada um foi para sua sala. Eu não prestava atenção na aula. Não conseguia tirá-la da cabeça, logo que a aula acabou, sai da sala às pressas, queria encontrar ela de novo.
Acabei encontrando ela na porta da faculdade, estava levando livros enormes de Arquitetura antiga e moderna, eu peguei alguns e fui andando do lado dela.
_ Como esses livros são pesados – resmunguei – Você realmente gosta de arquitetura em...
_É, desde criança quero ser arquiteta e só falta um ano para isso ser realizado.
_Então, que tal a gente ir ao bar pra, sei lá, se conhecer melhor?
_Gostei da ideia.

Fomos até o bar, peguei a mesa do canto, coloquei os livros sobre uma das cadeiras vagas e então nos dois começamos a conversar. Não sei por que, mas me sentia a vontade com ela, e parecia que ela sentia o mesmo comigo. Conversamos sobre tudo, quando éramos crianças, coisas loucas que fizemos e sobre família, ficamos umas duas horas conversando.
_Já são três horas – Ela se levantou e pegou os livros – É melhor eu ir para casa.
_Não quer que eu te leve?
_Não precisa. É aqui pertinho.
_Até amanha então?
_Até amanha – Ela sorriu e foi andando.

 No dia seguinte fizemos a mesma coisa e foi assim, dia após dia, semana após semana até que começamos a namorar, e como terminamos a faculdade no mesmo ano continuamos firme.
Namoramos por três anos até que a pedi em casamento, estávamos perto de uma cachoeira, andávamos sobre a grama aparada e plantas de múltiplas cores só embelezavam mais a paisagem. Quando pedi formalmente, ela pulou em mim e ambos caímos na grama, e resolvemos ficar por ali mesmo, a vista era incrível, o sol se pondo entre as árvores só realçavam os olhos castanhos claros dela.
 Nós nos casamos e nos dois construímos nossa própria casa e outra, perto da onde eu a pedi em casamento. Ambas as casas ficaram prontas em poucos meses e nos passávamos os dias úteis na cidade e os finais de semana na casa de campo.
 Um dia, estávamos andando pela cidade, estava frio e ela estava abraçada comigo, quando íamos entrar em um restaurante, um homem saiu correndo de um beco e puxou a bolsa de Jullie, eu tentei Pará-lo então ele sacou a arma e deu um tiro. O pior de tudo é que o tiro não foi em mim. Olhei para o lado e vi Jullie caindo com a mão sobre a barriga, o sangue não parava, chamaram uma ambulância e quando ela foi para o hospital, fui ao seu lado, mesmo inconsciente eu sabia que ela podia me ouvir, eu dizia “Você vai ficar bem, eu sei que vai. É mais forte que eu” e outras coisas para ajudá-la.
 Ela chegou e foi para a sala de operações, eu queria entrar, mas o enfermeiro me impediu, eu me virei e fui para uma das cadeiras.  Fiquei ali por horas, impaciente, nervoso e destruído por dentro, ela era tudo para mim, nada mais importava.
 O medico saiu da sala com o rosto para baixo, quando me viu fez como que não com a cabeça, eu corri para dentro da sala e vi Jullie morta, naquele momento eu perdi tudo.
 Ela não tinha família, então poucos amigos vieram ao seu enterro, eu não queria saber de nada. Queria ela de volta, o que seria impossível.
_Ela está em um lugar melhor – aqueles cretinos diziam – Você a verá de novo.

 Algumas horas depois, o caixão foi levado e colocado dentro de uma cripta, eles a selaram e eu tive que ir embora, pois já era tarde da noite.
  Desde aquele dia eu sempre vou a casa do campo, quando possível. Fico no mesmo lugar onde a pedi em casamento, o lugar mais perfeito dali. Vista incomparável, mas sem ela não era a mesma coisa.
  O que realmente me conforma é que...Um dia, a verei de novo.

**Eu consegui outro texto *u* Pois é meu 'melhor amigo' e meu herói fez pra mim e eu achei simplesmente perfeito... E ele ter feito um texto tão lindo assim foi incrível e eu nunca vou esquecer. Eu ainda vou conseguir mais textos pode esperar!

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