Não sentia nada, mas queria sentir. Aquele beco escuro não me assustava tanto quanto a idéia de eu me encontrar nele sozinha no frio da noite de uma segunda feira comum. Eu olhei para cima, diretamente para as estrelas e não encontrei nenhuma. O vazio tomou conta de mim novamente e eu abracei a ele como abraçaria um velho amigo, de um modo estranho ele me deixava cheia. E eu esperei.

  Acabei me sentando naquele chão sujo, ao lado de uma enorme lata de lixo que exalava um cheiro nada agradável, mas eu não me importei, não hoje. Não me era surpresa eu estar sozinha, eu só queria saber o que estava fazendo ali, eu tinha uma casa, uma família, um lar por assim dizer e mesmo assim continuava ali naquele frio esperando.

  Os carros me assustavam quando passavam correndo na beirada do beco e as pessoas se assustavam comigo me vendo ali, mas nenhuma foi ate mim eu parecia uma traficante ali, uma traficante de salto alto. Quanto tempo mais seria desperdiçado por mim naquele beco? Eu não sabia dizer, mas também não sairia dali eu continuava esperando.

  O vazio estava incomodando e ele chamava outra velha amiga minha, a dor. E essa dor era tão grande que não cabia em meu corpo ela tinha que descer pelos meus olhos. Me senti patética, odiava chorar, no entanto sempre acabava assim. Cansei de esperar, queria ir embora não agüentava mais aquele vento arrepiando a minha pele e bagunçando meu cabelo.

   Levantei disposta a seguir meu caminho e sai daquele beco, não esperaria mais meu amor podia viver sem ele. Do mesmo modo que ele não me queria eu não o quero, não quero mais esse sentimento que só trás sofrimento e sempre, eu digo realmente sempre me ilude com coisas lindas, mas no final me deixa esperando como hoje.

  Andava determinada e não olhei para trás, estava sozinha novamente e o vazio ainda tomava conta de mim, no entanto eu não me importei, eles eram meus amigos, certo? Sim. Eu tropecei em qualquer coisa e olhei para o céu as estrelas haviam finalmente chegado e eu as cumprimentei com um sorriso e elas me mostraram que eu sempre esperaria.

  Tudo porque sou uma boba que acredita no amor, em almas gêmeas e em finais felizes.

Isso foi escrito em uma outra segunda feira qualquer, uma segunda feira fria igualmente essa. 

Não posso me esquecer de mandar minhas felicidades, como sempre, a minha irma e a um amigo meu pelos seus lindos aniversários dia 23 e 26. Parabéns minhas cherries amadas *.*