Ela se sentou naquele café de esquina, olhou para os lados sem realmente ver os rostos vazios das pessoas que passavam por ela. Ela pediu por chá e ascendeu seu ultimo cigarro.

Ela se sentou lá e esperou. E nada parecia importar, quando na verdade tudo importava, ela contava mentiras e fingia que tudo estava bem, ela era de fato louca. Mas ela sonhava, e ela queria um mundo melhor, um sorriso verdadeiro um motivo para sua esperança.

Sua mãe dizia que ela não podia ficar sentada esperando, que as coisas não cairiam do céu, que ela teria que correr atrás, mas já havia corrido de mais e estava cansada. Respirar doía, quase tanto quanto se afogar nas lagrimas de desespero.  

Um homem parou ao seu lado, puxando a cadeira a sua frente, mas antes de sentar como um completo cavalheiro ele perguntou:

_Posso me sentar?

Ele tinha olhos profundos e um rosto arredondado engraçado, ela pensou. Ela pensou também na conversa agradável que os dois teriam, de como ele iria a acompanhar ate em casa e de que há alguns meses eles se sentariam naquele mesmo café de mãos dadas se lembrando do dia em que se conheceram e rindo. Mas nunca foi assim que as coisas funcionaram para ela.

_Eu vou quebrar o seu o coração.

Ela disse. Ele sorriu e se sentou. Ela levantou uma sobrancelha e se perguntou de onde ele tirara a audácia, mas amou alguém finalmente tentar romper as barreiras que a vida formou ao redor dela.

_ Talvez eu quebre o seu.

E não era o suficiente, ela não conseguia acreditar, porque sabia o efeito que as pessoas causavam nela. Maltratava sempre as ver indo e vindo e nem poder dizer adeus, se perder no meio do olá e no final se debulhar no meio dos cacos de vidro de outro coração partido.

_Ninguém quebra o meu coração.

Ela sorriu, ele se curvou sobre a mesa e ela simplesmente o sentiu entrando em sua alma, revelando todos os seus segredos e chegando bem fundo no seu coração, descompassando as suas batidas e o enchendo de apenas uma coisa, o seu sorriso.

E ela não pode dizer não, os olhos dele mastigavam cada pedaço de sua vida e ela se entregava de braços abertos. Escondendo um prazer absurdo que era se sentir totalmente livre de qualquer responsabilidade por ser quem era por fazer o que fizera. Agora não importava e ela não tinha que fingir.

Era um caminho sem saída, uma maldição irreversível e quando a mão dele escorregou sobre a mesa e tocou a dela, ela sabia que o seu destino estava traçado e que se ela se fosse esperta levantaria e iria embora, porque os danos causados dessa vez seriam diferentes. Tudo seria diferente.

Ela é louca. E ele não liga. Ela quer um amor, e ele a quer. E essa paixão tão nova já se tornou velha por minutos, tão intensa e tão fraca.

_Você quer quebrar o meu coração?

Ele perguntou.

Ela sorriu.

E o final depende do sorriso que você imaginou qual sorriso você quer dar? Aquele que dura para sempre ou aquele que quebra corações?