A maior aventura.
Eu costumava pensar que tinha
vivido de tudo, que todo o sacrifício que eu fizera por minhas aventuras
bastara para minha felicidade. Eu costumava pensar que eu já tinha visto de
tudo, que já havia experienciado de tudo, comido de todas as comidas, visitados
todos os museus e imaginado todos os mundos imaginários possíveis.
O menino aventureiro que vivia no
mundo da lua conseguiu ter todas as aventuras que sonhara. Mas não tinha idéia
de que a vida era muito mais do que escalar montanhas e dizer que pode fazer de
tudo, ele percebeu um dia que a vida também se trata de sentir.
Quando eu descobri o amor pensava
que seria tarde de mais, que eu não conseguiria agüentar, que era muito forte.
Mas no momento em que eu a vi tudo mudou, o mundo passou a ser insignificante e
a razão do ar entrar em meus pulmões agora tinha um nome.
Ela era uma bailarina, como
aquelas que dançam em cima das caixinhas de musica. Eu me sentei na primeira
fila daquele teatro lotado, e meus olhos assim como o de todos os outros
estavam nela, com as pontas dos pés arranhando o chão graciosamente, com as
mãos acariciando o ar ao seu redor, a pele branca de porcelana deixando as
perolas azuis do vestido ainda mais brilhantes.
Eu aplaudi de pé, a minha pequena
boneca da caixa de musica.
E desde então eu ia todo dia ao
teatro olhar ela dançar, um dia seus cabelos loiros gigantes estavam soltos e
quando ela rodopiava pelo palco, ele rodava junto com ela e era tão bonito de
se ver que eu poderia criar um livro com todos os elogios.
Eu não me aventurava mais, não vivia
um dia de cada vez, mas valia à pena estava vivendo os meus melhores dias, a
minha melhor aventura. Porque toda vez que eu a via, meu coração se acelerava
como se estivesse correndo de ladrões, leões, dragões! Meu estomago parecia um
pequeno barco no meio de um redemoinho. E na minha cabeça, estourava milhões e milhões
de fogos de artifício, como se fosse ano novo todos os dias.
Duraram semanas, mas finalmente
eu criei toda a coragem que precisava para ir falar com ela, o Everest parecia
pequeno perto das escadas para o camarim daquele palco. E eu com as minhas
melhores roupas, o cabelo penteado para trás, um buque de rosas na mão e um
sorriso tímido, tentava na minha cabeça formular linhas de um possível dialogo,
não querendo passar vergonha, mas já estava certo que eu iria ficar parado na
frente dela com a minha cara de bobo.
E foi com cara de bobo que eu
fiquei, hipnotizado pelas lindas pedras azuis que ela chamava de olhos, tão
profundos e abertos que eu podia ver a sua alma e me apaixonei ainda mais por
ela, como se fosse possível. Sem palavras, ela começou o dialogo como se
fossemos velhos amigos. Era incrível como ela conseguia ser ainda mais bonita
de perto, o sorriso dela conseguia iluminar o meu mundo todo e ela brilhava no
meio dos fogos de artifício em minha cabeça com a graça de uma bailarina.
A conversa foi sem fim, era mesmo
como se fossemos feitos um para o outro. Se o sorriso dela já havia me deixado
extasiado, imagina a sua risada. Eu estava nas nuvens com o meu anjo particular
e não tinha hora para descer.
Nos saímos para beber, eu a levei
na porta da sua casa e ela se despediu com um simples beijo na bochecha e eu
com a promessa que voltaria no próximo dia. Eu estava vivendo a minha melhor
aventura, estava vivendo uma paixão, um conto de fadas. E estava amando cada
segundo, cada nova sensação era com certeza melhor que qualquer sonho maluco e
coisa irreal.
E ela estava ela rodopiando pelo
palco e eu sentado na primeira fileira, só que desta vez, os olhos dela não
saiam do meu, como se só houvesse eu e ela naquele teatro, como se ela dançasse
apenas pra mim. E cada movimento dela eu já era cheio de graça agora estava
cheio de amor, uma paixão ardente que saia dos olhos dela e passava ate as
pontas dos pés, que fervia a minha volta e me envolvia me puxando ate ela, me
fazendo estourar por dentro e a cada segundo morrer mais de amores por ela.
E no final a única coisa que eu
pude pensar era na vida toda que eu iria construir daqui pra frente, sem mais
aventuras por que a única coisa que eu iria precisar era ela ao meu lado.
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