Fogo e gelo.
_Meus pés estão gelados.
Ela estava deitada na cama, se cobrindo com uma manta fina. O
frio de uma tarde triste de novembro começou a se tornar incomodo, ela rangia
os dentes. Ele tinha acabado de entrar no quarto, depois de receber uma ligação
manhosa dela.
Ele soltou o ar em um riso seco, mas seus olhos brilhavam.
Mesmo coberto de lagrimas secas o rosto dela ainda era perfeito, mesmo raquítica
o corpo dela era tão aconchegante e convidativo.
Ela implorava com os olhos para que ele saísse da soleira da
porta e fosse lá esquentá-la, precisava dos braços dele ao seu redor para se
lembrar que estava viva. Ele tirou os tênis, se deitou por trás dela naquela
cama minúscula, passou o braço ao redor do seu corpo pequeno e gelado, enrolou
os seus pés nos dela sentindo como eles estavam frios. Tão frios que o contato
entre os dois queimava. E essa sensação fez os dois suspirar, era tão bom.
Como se toda frieza dela se encontrasse com o fogo dele, era
estranho isso a única coisa que os dois tinham em comum era o amor e só. Diziam
que fogo e gelo não se misturam, mas na minha realidade, bom eles se amam.
_ Você é impossível, sabia?
Ela soltou uma risadinha e se aconchegou nele, passou as
mãos por dentro da camisa dele achando ali um bom lugar para esquentá-las, sem
nem mesmo pensar em respondê-lo. Eles eram amigos há muito tempo, ele a
entendia como ninguém, na verdade parecia que era o único.
O som da respiração dela, fraca e ritmada o acalmava. Sentir
o coração dele tão perto dela fazia com que toda dor fosse para longe, ela
estava segura. E nenhum dos dois tinha a mínima idéia do que fazer, do que
sentir.
As horas passavam parecendo minutos, nenhum dos dois tiveram
coragem de pegar nos sono, ficaram ali no silencio, ele passando a mãos pelos
cabelos longos dela e ela segurando a sua mão livre como se precisasse dela
para não cair. Os pés dela já estavam quentes e isso não importava.
Ela levantou de repente, sentou se na cama o assustando. As lagrimas
que caiam pelo rosto dela pareciam não ter motivo nenhum, ele a abraçou e ela enterrou
o seu rosto no pescoço dele deixando aquele cheiro amadeirado a acalmar.
Ele a afastou devagar queria uma explicação. E ela apenas
aceitou em dizer aquele seu segredo que tinha sido guardado por tanto tempo.
_ Eu estava imaginado como seria se eu pudesse ficar assim
com você para sempre. Sentindo o seu coração batendo perto do meu, o meu coração
todo destruído que só vive ainda por alimentar um amor incontrolável e louco por
você.
Ela olhou para baixo, pegando timidamente na mão dele e
suspirando lentamente esperando que ele falasse alguma coisa. Ele tinha sido
pego de surpresa, o amor que sentia por ela era tão imenso que ele nunca imaginou ser
recíproco.
O mundo dos dois virou de cabeça para baixo, ele apertou a
mão dela contra sua e puxou a sua cabeça e olhando dentro daqueles olhos tristes
e vermelhos achando lá no fundo a sua doce menininha que ele amava mais do
que si próprio.
Os lábios dela estavam gelados, os dele quentes e as faíscas
voltaram deixando tudo mais perfeito do que já era. Olhos fechados, mãos
entrelaçadas, corações batendo no mesmo ritmo e um amor que não morreria nunca.
_ Eu te amo, sempre amei e sempre amarei.
Ele disse quando eles se separaram, os lábios dela já haviam
ficado quentes o bastante.
_ Isso é uma promessa?
Ele riu, passou a mão pelas bochechas vermelhas dela e
estendeu seu dedinho. Ela riu e entrelaçou o seu mindinho no dele, era uma
promessa. Uma promessa que nunca seria quebrada.
0 Amores
x Comente
x Comente sobre o post!
x Criticas construtivas são bem vindas!
x Desrespeito será ignorado.
x Sua opinião é importante!
Obrigada,
Luiza.