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I married a vampire.

By domingo, março 18, 2012 , , , ,

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  Eu entrava naquela capela sozinha, todos os olhos mortos voltados para mim. Com uma musica de funeral tocando tão alto que fez a minha cara feia realmente aparecer por trás da mascara.
  Não era difícil me confundir, eu are aquela de branco andando diretamente para o altar, quando eu realmente gostaria era de estar indo de volta por onde entrei. Meus olhos se encontraram com o homem que me esperava no altar e faíscas saíram dos meus olhos, não de amor como era de se esperar, mas sim de ódio.
  Estranho a posição que eu me encontrava, sem onde me esconder, sem alternativas de fuga, presa aos falsos olhares e destinada aquele ser ridículo que passava a língua em suas presas falsas de vampiro. Sim, eu estou me casando com a pessoa que eu mais odeio no mundo e ainda sou obrigada a sorrir.
  Ainda não conseguiu imaginar a linda cena? Tente assim, uma capela minúscula enfeitada de rosas pintadas de preto, bancos cobertos de tecidos vermelhos, convidados vestidos de preto, com sangue falso escorrendo pela boca. Um homem no altar que poderia ser ate mesmo atraente, sem o exagerado pó branco em seu rosto e o batom vermelho vivo que combinava com a sua capa preta de gola levantada. E por fim eu, com um vestido enorme branco sujo de vermelho em uma tentativa fracassada de parecer sangue, com uma máscara preta enorme que tampava todo meu rosto menos os olhos e a boca que conseguiram deixar em um vermelho mais vivo ainda do que o do noivo.
  As pessoas diziam que seria um casamento diferente, que seriamos únicos, mas a única coisa que eu via era como estávamos ridículos. Mais uma das idéias idiotas que alimentavam a minha insanidade no passado.
  E por que motivo eu ainda arrastava meus pés para o altar, forçando um lindo sorriso falso que, mesmo me destruindo por dentro fazia aquelas pessoas feliz.  A música fúnebre já estava quase no final e eu ainda fazia hora para chegar ao altar, tentando em vão aproveitar cada segundo de liberdade que me restava.
  Quando eu finalmente cheguei, um suspiro foi arrancado do padre estranho que tinha uma peruca de cabelos brancos torta em sua cabeça. De mim foi arrancado um ultimo sorriso que se substituiu em segundos por uma solitária lagrima que nem sequer correu por minhas bochechas. 
  Eu nem me atrevia olhar para o lado, sabia que aquele idiota tinha um sorriso enorme estampado no rosto. Se ele ao menos soubesse que aquele sorriso dele comemorava a minha morte...
  As alianças foram trocadas e meu destino foi traçado com um simples ‘ate que a morte os separe’ os soluços das pessoas que assistiam o meu funeral me enjoaram e o a declaração que nos tornava oficialmente marido e mulher veio como uma faca em meu peito, mas a única dor que senti verdadeiramente foi a dos lábios dele queimando contra os meus. Me forcei a soltar uma pequena gargalhada quando o traste fingiu uma mordida em meu pescoço incorporando o personagem.
  Fomos os primeiros a sair dali de mãos dadas como um futuro casal feliz, nas aparências é claro. Cada pessoa que chegava para nos cumprimentar eu imaginava se ela estaria realmente feliz por nos dois, ou se apenas não queria deixar a sua mascara cair. Difícil saber.
  Os risos histéricos me cansavam assim como a musica barulhenta que não fazia nenhum sentido, a única coisa que eu queria era sair dali o mais rápido possível, e sozinha de preferência.
  Só de pensar na minha noite de núpcias meu estomago embrulhava, imaginar aquele homem nojento pondo as mãos em mim, me mordendo com aqueles dentes de plástico e deixando marcas vermelhas do seu batom em todos os lugares que aquela boca tocasse.
  O álcool descia cada vez melhor, desengasgava as mentiras da minha garganta e fazia o meu sorriso se tornar cada vez mais apresentável, podemos dizer. Afinal eu precisava ficar feliz certo? É o meu casamento afinal de contas e eu não via a hora de acabar.
  Não fazia nem um dia e eu já queria divorcio, já não agüentava mais olhar para cara do infeliz e temia ter que esperar realmente um dia para poder jogar na cara dele tudo aquilo que eu realmente sentia por ele, todo ódio que ficava por trás do ‘eu te amo’.
 Acho que eu já enrolei de mais, deixe me contar a minha historia. Há cinco meses eu conheci um homem chamado Brendon, eu jurava o amar, me enchia de orgulho a dizer que eu me apaixonara à primeira vista pelo o homem dos meus sonhos, que alimentava todas as minhas paixões retardadas por vampiros.
  Nos éramos o par perfeito, o casal mais estranho do mundo que eram no fundo totalmente normais, que cometiam todos os erros de seres humanos normais. A magia toda aconteceu rápido de mais, em uma semana eu me vi dando a ele meu primeiro beijo e na outra experimentando vestidos de casamento.
   E ate ai tudo parecia completamente bem, eu estava realmente feliz pela primeira vez em minha vida. E então eu cheguei há uma semana no apartamento dele de surpresa e o vi me traindo, não o deixei me ver é claro, mas gravei bem o rosto da vagabunda que estava sentada na primeira fila do nosso casamento.
  E então eu fui estúpida o bastante para continuar com tudo, idiota ao ponto de realmente o deixar por um anel em meu dedo, e inocente de mais para imaginar o que seria da minha vida sem aquele nojento. Eu preferia sentir dor pelo resto da minha vida do que não sentir nada, do que ficar sozinha.
  Nos fomos feitos para ficarmos juntos, e mesmo meu sonho sendo me casar com um vampiro eu não queria mais ser imortal, o período de uma vida já é tortura o bastante, imaginar a eternidade me fazia perder o fôlego.
  Fraca de mais, eu deixei a irrealidade tomar conta do meu futuro e acabei me casando com um vampiro, um belo vampiro traidor. 

 *Deixe-me explicar. Eu ia tirar o dia de hoje para escrever, mas não consegui parar de ler 'Jogos Vorazes' e sem querer me sentir mau por isso, sim eu sou daquelas pessoas retardadas que prometem coisas para ela mesmas e se sentem realmente mau descumprindo a promessa. E então eu procurei alguma coisa decente em todas as minhas pastas de textos e acabei achando esse dentro da minha pasta de musicas do Panic! at the Disco que foi meio inspirado nos clipes malucos deles e que não estava tão mau assim.
 E então, para diminuir a minha culpa eu acabei de postar um texto falando sobre casamentos de pessoas doentes que querem ser vampiras.
 É tenham dó da minha pessoa.

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