I married a vampire.
Eu entrava naquela
capela sozinha, todos os olhos mortos voltados para mim. Com uma musica de
funeral tocando tão alto que fez a minha cara feia realmente aparecer por trás da
mascara.
Não era difícil me
confundir, eu are aquela de branco andando diretamente para o altar, quando eu
realmente gostaria era de estar indo de volta por onde entrei. Meus olhos se encontraram
com o homem que me esperava no altar e faíscas saíram dos meus olhos, não de
amor como era de se esperar, mas sim de ódio.
Estranho a posição que
eu me encontrava, sem onde me esconder, sem alternativas de fuga, presa aos
falsos olhares e destinada aquele ser ridículo que passava a língua em suas presas
falsas de vampiro. Sim, eu estou me casando com a pessoa que eu mais odeio no
mundo e ainda sou obrigada a sorrir.
Ainda não conseguiu
imaginar a linda cena? Tente assim, uma capela minúscula enfeitada de rosas
pintadas de preto, bancos cobertos de tecidos vermelhos, convidados vestidos de
preto, com sangue falso escorrendo pela boca. Um homem no altar que poderia ser
ate mesmo atraente, sem o exagerado pó branco em seu rosto e o batom vermelho
vivo que combinava com a sua capa preta de gola levantada. E por fim eu, com um
vestido enorme branco sujo de vermelho em uma tentativa fracassada de parecer
sangue, com uma máscara preta enorme que tampava todo meu rosto menos os olhos
e a boca que conseguiram deixar em um vermelho mais vivo ainda do que o do
noivo.
As pessoas diziam
que seria um casamento diferente, que seriamos únicos, mas a única coisa que eu
via era como estávamos ridículos. Mais uma das idéias idiotas que alimentavam a
minha insanidade no passado.
E por que motivo eu
ainda arrastava meus pés para o altar, forçando um lindo sorriso falso que,
mesmo me destruindo por dentro fazia aquelas pessoas feliz. A música fúnebre já estava quase no final e eu
ainda fazia hora para chegar ao altar, tentando em vão aproveitar cada segundo
de liberdade que me restava.
Quando eu finalmente
cheguei, um suspiro foi arrancado do padre estranho que tinha uma peruca de
cabelos brancos torta em sua cabeça. De mim foi arrancado um ultimo sorriso que
se substituiu em segundos por uma solitária lagrima que nem sequer correu por
minhas bochechas.
Eu nem me atrevia
olhar para o lado, sabia que aquele idiota tinha um sorriso enorme estampado no
rosto. Se ele ao menos soubesse que aquele sorriso dele comemorava a minha
morte...
As alianças foram
trocadas e meu destino foi traçado com um simples ‘ate que a morte os separe’
os soluços das pessoas que assistiam o meu funeral me enjoaram e o a declaração
que nos tornava oficialmente marido e mulher veio como uma faca em meu peito,
mas a única dor que senti verdadeiramente foi a dos lábios dele queimando
contra os meus. Me forcei a soltar uma pequena gargalhada quando o traste
fingiu uma mordida em meu pescoço incorporando o personagem.
Fomos os primeiros a
sair dali de mãos dadas como um futuro casal feliz, nas aparências é claro. Cada
pessoa que chegava para nos cumprimentar eu imaginava se ela estaria realmente
feliz por nos dois, ou se apenas não queria deixar a sua mascara cair. Difícil
saber.
Os risos histéricos me
cansavam assim como a musica barulhenta que não fazia nenhum sentido, a única coisa
que eu queria era sair dali o mais rápido possível, e sozinha de preferência.
Só de pensar na
minha noite de núpcias meu estomago embrulhava, imaginar aquele homem nojento
pondo as mãos em mim, me mordendo com aqueles dentes de plástico e deixando
marcas vermelhas do seu batom em todos os lugares que aquela boca tocasse.
O álcool descia cada
vez melhor, desengasgava as mentiras da minha garganta e fazia o meu sorriso se
tornar cada vez mais apresentável, podemos dizer. Afinal eu precisava ficar
feliz certo? É o meu casamento afinal de contas e eu não via a hora de acabar.
Não fazia nem um dia
e eu já queria divorcio, já não agüentava mais olhar para cara do infeliz e
temia ter que esperar realmente um dia para poder jogar na cara dele tudo
aquilo que eu realmente sentia por ele, todo ódio que ficava por trás do ‘eu te
amo’.
Acho que eu já
enrolei de mais, deixe me contar a minha historia. Há cinco meses eu conheci um
homem chamado Brendon, eu jurava o amar, me enchia de orgulho a dizer que eu me
apaixonara à primeira vista pelo o homem dos meus sonhos, que alimentava todas
as minhas paixões retardadas por vampiros.
Nos éramos o par
perfeito, o casal mais estranho do mundo que eram no fundo totalmente normais,
que cometiam todos os erros de seres humanos normais. A magia toda aconteceu rápido
de mais, em uma semana eu me vi dando a ele meu primeiro beijo e na outra
experimentando vestidos de casamento.
E ate ai tudo parecia completamente bem, eu
estava realmente feliz pela primeira vez em minha vida. E então eu cheguei há
uma semana no apartamento dele de surpresa e o vi me traindo, não o deixei me
ver é claro, mas gravei bem o rosto da vagabunda que estava sentada na primeira
fila do nosso casamento.
E então eu fui estúpida
o bastante para continuar com tudo, idiota ao ponto de realmente o deixar por
um anel em meu dedo, e inocente de mais para imaginar o que seria da minha vida
sem aquele nojento. Eu preferia sentir dor pelo resto da minha vida do que não
sentir nada, do que ficar sozinha.
Nos fomos feitos
para ficarmos juntos, e mesmo meu sonho sendo me casar com um vampiro eu não
queria mais ser imortal, o período de uma vida já é tortura o bastante,
imaginar a eternidade me fazia perder o fôlego.
Fraca de mais, eu
deixei a irrealidade tomar conta do meu futuro e acabei me casando com um
vampiro, um belo vampiro traidor.
*Deixe-me explicar. Eu ia tirar o dia de hoje para escrever, mas não consegui parar de ler 'Jogos Vorazes' e sem querer me sentir mau por isso, sim eu sou daquelas pessoas retardadas que prometem coisas para ela mesmas e se sentem realmente mau descumprindo a promessa. E então eu procurei alguma coisa decente em todas as minhas pastas de textos e acabei achando esse dentro da minha pasta de musicas do Panic! at the Disco que foi meio inspirado nos clipes malucos deles e que não estava tão mau assim.
E então, para diminuir a minha culpa eu acabei de postar um texto falando sobre casamentos de pessoas doentes que querem ser vampiras.
É tenham dó da minha pessoa.
0 Amores
x Comente
x Comente sobre o post!
x Criticas construtivas são bem vindas!
x Desrespeito será ignorado.
x Sua opinião é importante!
Obrigada,
Luiza.