Ghosts.
Sabe aquela sensação de que tem alguma coisa errada, de que
as coisas não estão dando mais certo. Eu sinto isso todos os dias, ou sentia
pode se disser.
Eu me apaixonei uma vez, por um fantasma.
Estava com uma corda no pescoço, em cima de um banco quando
ele apareceu. Sem proclamar uma misera palavra, me livrou dos meus monstros
passados e me colocou no chão, sentada e banhada por lágrimas insistentes.
Ninguém sabia por que eu chorava.
E então ele foi embora, desapareceu como se nunca houvesse
existido. E desde aquele dia eu sabia que meu amor impossível por um fantasma
era ridículo.
Costumava dizer que é melhor estar apaixonada por algo não real
do que não sentir nada por ninguém. Às vezes é deprimente, às vezes cansa, mas
quando se ama não se pode desistir. Eu esperei por ele todos os dias, eu subia
naquele mesmo banco com a mesma corda e esperava.
Como fosse de se imaginar, ele nunca mais voltou e eu tive
que descer sozinha e me sentar desesperadamente implorando por ele. Minha
esperança e meu amor estúpido não me deixavam fazer o que eu realmente queria, chutar
aquele banco para longe não era tão tentador como era antes.
Eu escrevi cartas, bilhetes e ate canções e as coloquei debaixo
daquela tábua solta do chão do porão, a onde eu costumava sentar, eu sentia que
ele as lia era a única coisa (alem do meu amor) que eu conseguia sentir.
Como eu podia acreditar em amor eterno se nem mesmo a vida é
eterna? Como acreditar em meu amor se ele é baseado em fantasmas?
Eu não podia acreditar em contos de fadas, se queria viver
um conto de terror.
Meu fantasma havia se esquecido mim, me abandonado, me
deixado sozinha, sozinha para morrer. E era isso que eu queria, sonhava em
morrer e me tornar um fantasma, assim como ele.
Eu andava em uma rua movimentada, olhando para os meus pés,
sonhando acordada com o fantasma que quebrou meu coração.
Eu cai de joelhos e alguém me ajudou a levantar, eu olhei
para cima e vi meu fantasma, não o verdadeiro, não aquele que me salvara. Meu novo
fantasma, um de verdade que olhou nos meus olhos e me fez sentir novamente.
Eu puxei uma foto do bolso de trás da calça e deixei-a no
chão.
_Quem é esse? – Ele perguntou, com uma voz fina, já perdendo
as esperanças.
_ Apenas um fantasma que quebrou meu coração antes de te conhecer.
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Luiza.