Hoje eu acordei desprezando o dia que viria pela frente sabia que iria estudar e estudar. Talvez seja por isso que eu demorei mais do que o normal para sair da cama, na verdade nem teria saído se não fosse meu irmão me gritando, ele tinha amarrado um balão vermelho na coleira do meu cachorro e ele estava tão lindo que eu gargalhei de jogar a cabeça para trás vendo aquela cena.

                Ele andava todo desleixado com o balão nem ligando por ele estar ali. Então meu irmão teve a incrível à ideia de fazer algo mais lindo ainda com aquele balão. Eu escolhi um texto velho meu, escrito em outubro de 2011 e enrolei-o como um pergaminho para amarra-lo na ponta do balão, nesse momento eu nem lembrava mais daquela hora em que eu não queria levantar da cama ou que meu irmão estava ali também e ate mesmo que meu cachorro procurava briga com a cachorra do vizinho.

                Eu estava ali com aquele balão na mão pronta para soltá-lo e um milhão de perguntas atravessavam minha cabeça junto com uma sensação tão boa que eu gostaria de me agarrar nela para sempre.

                Quem pegaria o texto? Eu conhecia? Seria homem ou mulher? Velho ou novo? Ele leria ou apenas jogaria fora? Ele gostou ou não? Ele contaria essa historia para sua mulher? Seria ele casado? Teria filhos? Contaria para o seu vizinho? Choraria lendo as palavras de amor? Notaria o meu nome no final da folha? Tentaria me procurar? Como essa pessoa seria? Como?

                Acho que o numero de cenários que passaram por minha cabeça foi ainda maior da quantidade de perguntas que eu fazia, e enquanto eu assistia aquele pontinho vermelho ir se afastando eu tive certeza que por um segundo que for à pessoa que leu aquele texto, sorriu.

                 E isso bastou para eu querer fazer de novo, quem sabe soltar o balão em outro lugar, levar um sorriso para o rosto de outra pessoa e quem sabe como essa outra pessoa vai ser? Esse sentimento de fazer uma coisa tão simples que trás um mistério tão grande uma sensação de bem que é inimaginável.

                Talvez um dia o céu fique completamente vermelho de palavras de amor e quando elas se cansarem de voar elas desçam e tragam um sorriso para todos. Quem sabe não é o meu mais novo sonho?