Eu deixei assas crescerem em mim, forjei a minha caída do céu e como se fosse o impossível, eu dei amor para todos. Fui à fingida de cupido, acertei minhas flechas ate naqueles não mereciam, às vezes sem querer, sempre sem pedir nada em troca. Mas ate mesmo os cupidos têm direito de se apaixonar.

Eu era invisível, levava a felicidade que eu não possuía para desconhecidos. E tudo que eu pedia era um pouco de amor, um sorriso sincero destinado a mim, me completar nos olhos de outra pessoa, encontrar o meu gosto nos lábios de um homem.

Minhas mãos estavam cansadas e acabadas de segurar a vida feliz das pessoas. Era muito que se pedir para um anjo descalço, de uma mentira. E eu clamava por ele, aquele em especial que iria me segurar em seus braços e nunca me deixar partir, que ia me manter no chão.

Uma mulher pode lutar e não ser morta, pode sonhar sem medo de acordar. Posso ser uma bêbada de vida, posso vomitar amor, mas também posso parar de pensar que tudo vai ficar bem só porque alguém disse.

Me dê amor, amor como o dele e o dela. Me dê amor como me da problemas, me dê uma família, um irmão, um amigo, um amente. Me dê uma razão. Você esta escutando? É pedir de mais? Por favor, me dê apenas um amor.

Uma mulher pode querer ter um príncipe sem julgamentos. Sou uma boba que anda de olhos fechados, que acerta pessoas e as leva para um caminho de dor, sou aquela que imaginam usando uma fralda. Talvez eu esteja cansada de acordar sozinha, de dormir em lugar nenhum, de não saber qual é o meu lugar no mundo.

Nós somos infinitos, eu sou imortal, condenada.

Eu te vi, no meio da multidão, perdido no meio dos corações voadores. Eu te furei com minha flecha e você ainda não podia me ver.

-Eu amo...

E seus olhos marrons estavam perdidos no universo, não tinha mais quem amar. E eu ainda não tinha acordado daquele sonho, então eu gritei, eu quebrei vidros, eu implorei, eu te machuquei, eu pulei na frente dos seus olhos perdidos e você ainda não conseguia me ver.

E por todo mal que eu já causei, em mim e em todos, por tantas lagrimas eu já deixei desperdiçarem, esse era o meu castigo, o jeito da vida me fazer pagar. E você me torturava, esbanjava amor pelos poros que não me afetavam. Me dê amor.

Me faça sentir eu implorei, de joelhos no chão segurando a ultima flecha amarga da decepção. Não me deixe brincando de esconde-esconde comigo mesma, porque eu cansei de desaparecer.

E pela ultima vez eu acertei uma flecha, eu a cravei no meu coração esperando meu tão merecido amor, eu cai no chão no desespero de morrer sem nada, eu chorava lagrimas de tristeza de todos aqueles que já passaram por mim. Eu estava morta.

-Você esta bem?

Meus olhos se forçaram a abrir apenas para encontrar os dele e mergulhar no mais profundo amor que eu já vi. Me segure em seus braços meu amor, antes que minha vida se esvaia, me dê toda gota de amor que esta em você, me banhe com a normalidade de sorrisos de felicidade. Me torne sua.

Me dê o seu amor.