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Amando você, estranha.

By segunda-feira, maio 06, 2013 , , ,



Meu coração não conseguia acreditar na mentira que meus olhos me contavam, eu não conseguia acreditar que isso estava realmente acontecendo, que ela estava realmente ali a cinco passos de mim, tocável.
E ela era exatamente do jeito que eu com os meus dezesseis anos havia imaginado, com seu jeito irresistível de andar e incrível espontaneidade. Entretanto eu não me desapontei quando olhei para ela, não estava esperando mais como esperava naquela época, naquele sonho. Como se fosse impossível de esquecer ela entrava gargalhando comigo em um ônibus qualquer, dizia estar me ajudando a escapar e que ela era a salvação para os meus erros. Falamos sobre musica, ela mexeu no seu cabelo e depois no meu, discutimos sobre Deus e ela teve a razão, ela segurou a minha mão e eu entreguei meu coração para uma garota de um sonho.
O seu sorriso era brilhante, gigante e apaixonante seja para quem fosse. E naquele mesmo sonho enquanto eu fugia para lugar nenhum com ela, eu percebi tanto na minha vida que eu tinha apenas deixado para lá. Como se fosse possível, com aquela conversa barata aquela menina de dentro da minha cabeça com olhos gigantes azuis conseguiu mudar minha vida.
E quando descemos do ônibus e eu inocente, me inclinei para beija-la atrás daquela paisagem desértica apaixonante, ela sumiu e eu acordei fazendo beicinho para o ar.
- Um dia eu vou casar com essa garota.
E agora já havia se passado muito tempo, e eu não por consequência já havia tido muitas garotas e mesmo assim nenhuma delas causou tanto efeito em mim como ela causou em apenas um sonho.
E ali enquanto andava ate mim sem nada a perder, com aqueles pés pálidos e pequenos de mais para as sandálias, com o vestido voando junto com seu cabelo que grudava na sua boca e ela nem sequer ligava. Era uma surpresa uma garota como ela notar um cara como eu, um badboy quebrado, com um cigarro na boca o chapéu surrado torto na cabeça e um ar de quem quebra corações, mas eu não poderia ficar mais feliz por ter notado.
- Eu não te conheço?
Ela perguntou quando chegou perto o bastante, sua voz soava como uma canção mal escrita e bem arranjada. E eu que não conseguia não ficar preso naqueles olhos intensos dela que tinham tudo que você jamais poderia pensar em procurar.
- Como eu poderia saber? A questão é, gostaria de conhecer?
Ela riu, e foi impossível de não rir junto. E aceitando isso como um sim eu ofereci a minha mão a ela que sem nem sequer hesitar a agarrou, nos caminhamos ate o meu carro no estacionamento daquele fast food antigo e deplorável e dirigimos sem sequer saber o nome um do outro, mas com a confiança de sermos amigos de infância.
Eu era o motorista e ela o mapa e me guiou ate o que parecia um penhasco, na saída da cidade pequena, um daqueles lugares que você ia quando acabava de brigar com os pais. Ela sorria com os seus olhos e mostrava toda paz que aquele lugar a trazia com suspiros demorados, ela parecia tão feliz que era impossível não ficar também. Nos sentamos no capo do carro, ela fechou os olhos e  eu me apaixonei pelo que parecia a milésima vez pela mesma pessoa.
                - Então estranha, me conte uma coisa sobre você.
Ainda de olhos fechados, ela soltou o ar que parecia estar segurando por décadas.
- Meu nome é Maggie e eu não acho que você deva fumar estranho.
- É um mal habito, mas não chega a ser um vicio. Eu paro se te incomodar. Me chamo Alex prazer em conhece-la Mag.
Eles apertaram as mãos exageradamente fazendo graça da tradição, ele continuava a fumar e ela fazia um discurso sobre pulmões, o seu pai e muitas outras coisas éticas ate ela pedir por um. Ele negou, ela riu e o sol se pôs antes que a pequena discursão deles chegasse ao fim, entre beijos como já era previsto.
Ela estava deitada no colo dele, inutilmente contando estrelas enquanto ele passava a mão nos cabelos dela e se lembrava do garoto de dezesseis anos que nem sabia ainda o que fazer da vida dando conselhos para ele mesmo, anos depois.
- Sabe, no momento que eu te vi pela primeira vez eu sabia que eu iria me casar com você.
Ela lhe lançou um olhar apaixonado e ele soube que se quisesse fazer o pedido ali mesmo tinha certeza que ela diria sim, porque ela tinha se apaixonado por ele o tanto quanto ele havia se apaixonado por ela.
- Então é dai que eu te conheço.
- O que? Me conhece?
-Bom, eu sonhei com você uma vez, longa historia...

Dedicado ao sonho 'quase erótico' do Vitor Tostes.

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