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Romances de novembro.

By domingo, abril 15, 2012 , , , , , ,


Ela passou mais uma pagina daquele romance envolvente. Seus olhos passavam pelas linhas absorvendo todas as palavras, todas as vĂ­rgulas e pontuando em sua mente aquele amor infinito e irreal.
Era mesmo um bom livro, cheio de lagrimas e paginas cheirando a novas. Um romance de se arrepiar e uma morte de dar calafrios, uma historia simples na verdade, um conto de fadas cheio de segredos.
Ela se apaixonou pelo autor e pela definição dele do amor, por dizer que a felicidade não importa se alguém se importa com você, por afirmar que respirar é apenas mais uma dádiva que a vida se esqueceu de cobrar.
As palavras não se continham em ficar apenas em seus olhos elas saiam por sua boca uma vez ou outra, importunando o silencio da casa, assustando seu gato que cochilava aos seus pés. Não era a louca que todos pensavam, era apenas normal do seu próprio modo.
Ela sonhou com aquele novembro, com a chuva fria banhando noites estreladas, com os pés doendo de tanto dançar. Se imaginou quando as coisas eram fáceis, quando o amor era tudo e as dividas para pagar eram apenas com Deus. Não queria, mas se lembrou dele e do seu cavalo branco imaginário, dos seus carinhos inesquecíveis, das suas palavras marcantes, do seu coração grande e do dia que ele foi embora.
Foi em novembro também e ele nem mesmo olhou para trás. Era tarde de mais para sentir saudades. Talvez se pedisse com vontade os seus sonhos se tornariam realidade, se rezasse toda noite ele voltaria, mas se forçava a não acreditar nisso. Isso não era mais um romance, era a sua vida.
A sua triste vida, aquela que ela odiava, a que a forçava a sentir dor todos os dias e acordar todas as manhas querendo que uma tempestade caísse e a levasse embora. Ele não devia saber disso, porque se soubesse não me deixaria aqui sozinha, não me deixaria assim com tanto medo.
Ela esperava um final feliz quando entrou no ultimo capitulo, um final feliz que não aconteceu com ela, o final que sempre sonhou e que nunca veio. E isso não importava mais, ela teve o seu amor de verão, a sua primeira paixão eu já tinha sobre o que escrever, não precisava mais dele.
Mentiras que ela se obrigava a acreditar para amenizar a dor, às vezes elas eram ate melhores que o cigarro, que os cortes, que tudo aquilo que apenas criavam uma ilusão e enganava o coração de um modo que o matava. As mentiras são inofensivas e se forem bem contadas ate podem deixar nascer uma falsa esperança.
E o final finalmente chegou, e ele deixou lagrimas em seus olhos e um sentimento estranho em seu coração. E então ela se levantou, tomando cuidado com o gato. Colocou o livro na estante e pegou outro.
Um vĂ­cio ela sabia, mas ver a felicidade das paginas viradas era bem melhor que encarar rostos vazios e sentimentos falsos na vida real. Era melhor viver na fantasia do que acreditar em um final feliz impossĂ­vel e em uma eternidade cheia de dor.
E a vida continua, ela ainda tem muitos livros para ler.

* Mais um drama sem sentido, escrito em uma madrugada qualquer, a espera do meu prĂłximo livro a ser lido. 

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