Sunday night.
Seus olhos estavam
ardendo de cansaço por isso ela os mantinha fechados, a cabeça afogada no
travesseiro tentando tirar a tensão do seu pescoço. Estava frio e as duas
cobertas mesmo a tampando toda ainda deixavam o frio passar fazendo-a se
arrepiar toda.
Em seus fones de
ouvindo uma musica calma passava, para relaxá-la depois da pesada semana. Não
se lembrava de quando tudo tinha começado a se complicar, mas amaldiçoou esse
maldito dia por ter tornado tudo tão difícil de suportar para ela.
A chuva
caia do lado de fora da janela, mesmo com a cortina fechada ela conseguia ver
os clarões dos relâmpagos. Ela estava apavorada e não tinha ninguém para
segurar a sua mão. Não se importava, já estava acostumada com a solidão e com o
medo.
O trovão foi tão
alto que sobressaiu a musica e a fez abrir os olhos em desespero, o quarto
escuro só a fez se assustar ainda mais. Procurou o seu telefone no criado mudo,
mas o largou lá quando o encontrou, não teria ninguém para quem ligar.
Seus pensamentos voaram
para longe do medo, sua própria mente tentava a distrair. Ela se lembrou dos
beijos roubados daquele seu primeiro namorado e dos beijos soprados para aquele
seu melhor amigo e isso a fez feliz mesmo que tivesse sido há tanto tempo atrás.
Ela se espreguiçou, bocejou não só uma, mas três
vezes. Abriu os olhos e enfrentou a escuridão com uma coragem admirável e passageira.
Traduziu aquela musica antiga de amor e realmente acreditou que as coisas
poderiam ser do jeito que o cantor dizia.
E se fez desacreditar tão rápido quanto uma
batida do coração.
Entediada ela começou a contar a sua
respiração, ver quantas mais ela conseguiria. Ate aonde ela chegaria com aquela
misera vida? Não sabia nem quando seu coração conseguiria bater no ritmo certo
vivendo desse jeito, mas não tinha alternativas. Por mais que odiasse a vida, a
morte era o seu pior medo, superava ate os enormes raios que o céu deixava
transparecer essa noite.
O que seria dela sem
seus domingos sem luz, para relaxar no meio do medo e pensar no meio de tanto
sofrimento de águas passadas. Arrependeu-se dos beijos assoprados e quis pegar
de volta os roubados, não queria mais se lembrar daquela pessoa, mas não via
como esquecer o seu grande amor. Não sabia se queria realmente o esquecer.
Tudo se tornou patético em instantes e sua cabeça começou a
pesar e ela a afundou naquele travesseiro com força tampando os olhos com as mãos
tentando esquecer que ousara a pensar naquele cafajeste de novo.
Tirou os fones,
espreguiçou novamente e bocejou uma ultima vez deixando os olhos se encherem de
lagrimas que nunca caiam. Virou de lado e o barulho da chuva agora mais alto a
incomodou. Odiava tempestades.
Tentou limpar sua
mente e dormir, o que é quase impossível. Os minutos se passaram e ela
impaciente começou a contar sua respiração de novo querendo trazer o sono de
volta. E ele voltou tarde de mais.
E antes de adormecer
ela pediu pelo menos um bom sonho, para poder agüentar aquela nova tortura diária
com um sorriso no rosto. Mas obviamente isso não aconteceu, porque a vida dela
nunca foi boa e era por isso que as noites de domingo eram importantes.
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