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Sunday night.

By terça-feira, janeiro 31, 2012 , , ,

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Seus olhos estavam ardendo de cansaço por isso ela os mantinha fechados, a cabeça afogada no travesseiro tentando tirar a tensão do seu pescoço. Estava frio e as duas cobertas mesmo a tampando toda ainda deixavam o frio passar fazendo-a se arrepiar toda.
  Em seus fones de ouvindo uma musica calma passava, para relaxá-la depois da pesada semana. Não se lembrava de quando tudo tinha começado a se complicar, mas amaldiçoou esse maldito dia por ter tornado tudo tão difícil de suportar para ela.
   A chuva caia do lado de fora da janela, mesmo com a cortina fechada ela conseguia ver os clarões dos relâmpagos. Ela estava apavorada e não tinha ninguém para segurar a sua mão. Não se importava, já estava acostumada com a solidão e com o medo.
  O trovão foi tão alto que sobressaiu a musica e a fez abrir os olhos em desespero, o quarto escuro só a fez se assustar ainda mais. Procurou o seu telefone no criado mudo, mas o largou lá quando o encontrou, não teria ninguém para quem ligar.
  Seus pensamentos voaram para longe do medo, sua própria mente tentava a distrair. Ela se lembrou dos beijos roubados daquele seu primeiro namorado e dos beijos soprados para aquele seu melhor amigo e isso a fez feliz mesmo que tivesse sido há tanto tempo atrás.
   Ela se espreguiçou, bocejou não só uma, mas três vezes. Abriu os olhos e enfrentou a escuridão com uma coragem admirável e passageira. Traduziu aquela musica antiga de amor e realmente acreditou que as coisas poderiam ser do jeito que o cantor dizia.
    E se fez desacreditar tão rápido quanto uma batida do coração.
   Entediada ela começou a contar a sua respiração, ver quantas mais ela conseguiria. Ate aonde ela chegaria com aquela misera vida? Não sabia nem quando seu coração conseguiria bater no ritmo certo vivendo desse jeito, mas não tinha alternativas. Por mais que odiasse a vida, a morte era o seu pior medo, superava ate os enormes raios que o céu deixava transparecer essa noite.
  O que seria dela sem seus domingos sem luz, para relaxar no meio do medo e pensar no meio de tanto sofrimento de águas passadas. Arrependeu-se dos beijos assoprados e quis pegar de volta os roubados, não queria mais se lembrar daquela pessoa, mas não via como esquecer o seu grande amor. Não sabia se queria realmente o esquecer.
Tudo se tornou patético em instantes e sua cabeça começou a pesar e ela a afundou naquele travesseiro com força tampando os olhos com as mãos tentando esquecer que ousara a pensar naquele cafajeste de novo.
  Tirou os fones, espreguiçou novamente e bocejou uma ultima vez deixando os olhos se encherem de lagrimas que nunca caiam. Virou de lado e o barulho da chuva agora mais alto a incomodou. Odiava tempestades.
  Tentou limpar sua mente e dormir, o que é quase impossível. Os minutos se passaram e ela impaciente começou a contar sua respiração de novo querendo trazer o sono de volta. E ele voltou tarde de mais.
  E antes de adormecer ela pediu pelo menos um bom sonho, para poder agüentar aquela nova tortura diária com um sorriso no rosto. Mas obviamente isso não aconteceu, porque a vida dela nunca foi boa e era por isso que as noites de domingo eram importantes.

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