Estrela cadente
Ela estava deitada no chão,
abraçada pela grama que circulava o lugar todo, com ele ao seu redor, sempre
com ele ao seu redor. A lua a desejava boas vindas e as estrelas a traziam
aquela incomum satisfação.
Eles falavam como ninguém com
muitos pontos de exclamações e duvidas jogadas no ar, proseando sobre a vida, o
amor, as lembranças tão queridas e toda água passada que fazia o presente tão bonito
como era.
_ É lá que se esconde a
felicidade.
Disse ela apontando para as estrelas
que brilhavam em sua gloria, deixando ele com um olhar curioso para ela que não
passava apenas de fascino, para os apaixonados entenderem como uma denuncia.
_Tão longe assim? – Perguntou ele
com a mesma curiosidade boba, e ela respondeu com o um sorriso bobo que
igualava o placar.
_Tão longe assim, por isso tem
muitas pessoas tristes pelo mundo elas não prestam a devida atenção nas
estrelas, não estão lá para ver o quando elas caem.
Era lógico, é claro. Tudo que
saia da boca dela tinha seu propósito e a sua meiguice, tudo que ela dizia
tinha haver com a sua falta de esperança ou a abundancia dela.
_Nos achamos felicidade em toda
estrela cadente? Que cai do céu?
Ela tirou um minuto para pensar,
não sabia na verdade se esse era o único modo, mas sabia que não importava como,
os desejos se tornariam realidade e isso traria felicidade. Não por experiência
própria, pois ela mesma nunca havia visto uma estrela cair, deveria ser por
isso que estava sempre a escrever.
_Sim, se fizer um pedido.
Ele fechou os olhos pensando
sobre as estrelas, de um modo não tão cientifico, sobre desejos, de um modo não
tão conto de fadas. E não conseguiu achar a resposta para felicidade, estaria
ela mesma tão inalcançável ou estaria bem ali ao seu lado com olhos fechados
cantarolando uma musica qualquer, discursando sobre estrelas.
Ninguém saberia disse ele, nem
mesmo os astronautas, completou ela e o lenga lenga da conversa se passou de filosófico
para entediante ate chegar ao ponto que o silencio ficou confortável.
Quando os
olhos dela começaram a fechar de sono e eles levantarem para seguir seu caminho
de volta, bem ali nas costas de ambos jogando na cara da felicidade, uma
estrela do céu caiu. E mesmo sem ver, ela fez um pedido do mesmo modo. Ela disse
que não precisava de pedidos e de estrelas, que a única coisa que realmente lhe
faria falta não seria a felicidade e sim aquele rapaz que lutava com os pés
para andar direito, que segurava sua mão apertado.
Ela pediu
pela felicidade, como todos pedem. Mas ela não quis que caísse do céu em forma
de estrela, ela queria chegar lá e pega-lá com suas próprias mãos.
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