Doce amargo.
Ela o hipnotizava,
Scarlet e seus lábios vermelhos tiravam do serio qualquer um, principalmente
Charlie. Claro que não eram apenas os lábios sempre pintados de vermelho dela
que o tiravam do serio, o seu gênio deixava ele louco.
Amar alguém nunca
foi tão difícil, não para Charlie.
_ Vamos logo Scarlet se não chegaremos atrasados, de novo!
Alguns palavrões em
Frances e um ‘já estou quase pronta’ foram à resposta dela, ele ainda não
acreditava que ela conseguira o fazer ir nesse baile, e usar os malditos
smokings. O efeito que ela tem sobre ele um dia ainda vai acabar o matando.
Ela desceu as
escadas, maravilhosa como sempre, o vestido curto e preto realçava suas curvas
não de um modo vulgar, seus cabelos caiam em cachos cominando perfeitamente com
a pele branca como a neve e é claro o mais importante, os seus lábios carnudos
em um vermelho vibrante chamavam atenção de todos. Era impossível não olhar e
não babar.
_ Como estou?
Ela disse acabando de descer as escadas e
parando bem na frente dele. Ela estava esperando tanto um elogio que Charlie
achou um erro fazê-lo, como se fosse possível aumentar o ego daquela pequena
mulher.
Ele apenas passou a
mão pela sua cintura e a levou ate a porta, pegando a sua cartola no sofá junto
com o casaco de peles dela, vestidos a caráter para o baile antigo, caminharam
ate o carro e foram em direção aquela tortura desnecessária segundo ele.
Scarlet murmurou que ele não a achava mais bonita por não fazer mais os
costumeiros elogios o que fez ele, retrucar com um simples beijo na mão dela e
sussurrar:
_ A beleza continua
a mesma minha querida, só o ego que eu não conseguirei agüentar se levantar um
centímetro se quer.
Scarlet riu sabendo
muito bem daquele seu pequeno defeito que a ajudava bastante a enlouquecer o
homem que ela julgava amar, mas afinal o que seria ela sem os seus joguinhos de
sedução?
Eles adentraram
aquela sala cheia de riquinhos bem vestidos, Scarlet foi recebida com olhos
cobiçados dos homens e invejosos das mulheres. Já Charlie foi crucificado pelos
olhares dos seus grandes ‘amigos’ e desejado pelos olhos das mulheres. Eles
eram o casal mais poderoso daquela sala, e tinham todos em suas mãos o que não
os fazia felizes, com o gênio Scarlet não sabiam como ainda não tinham sido
mortos.
Eles andavam juntos
pelo o salão, Scarlet dava falsa esperança aos homens com gestos simples de um
flerte malicioso, no entanto ela nunca ficou com nenhum homem que não fosse o
seu marido, afinal de contas eles se amavam do seu próprio jeito, mas se
amavam.
Uma musica tranqüila
ecoava pelo salão, musica típica do tema do baile, nenhum casal se encontrava
na pista de dança, tinham medo de fazer algum movimento em falso e serem
julgados por isso o resto de sua vida.
_ Dance comigo, meu
amor?
_Achei que nunca iria pedir.
Rindo eles se
dirigiram ao centro da pista e começaram a dançar em perfeita sincronia com a
musica, e um com o outro. Eles não eram os melhores dançarinos, mas ao
contrario dos outros tinham coragem e nada a perder. Eles riam se divertindo à
custa de quem os assistia boquiabertos, a risada melodiosa dela o desconcentrou
e com um passo em falso os dois foram ao chão, rindo muito mais ainda.
O resto do salão os
olhava assustados e isso só os fez rir mais o que era quase impossível, se
levantaram do chão e passaram pelos olhares em chama direto para um garçom,
precisavam de um drinque mais do que nunca.
Ficaram naquele
estúpido baile, ate ele se tornar incrivelmente chato. No caminho eles brigavam
por algo nada importante e fingiam caras fechadas quando na verdade queriam
estar rindo, a bebida tinha passado dos limites para os dois e eles não se
importavam nem um pouco.
As brigas ficaram
ainda mais intensas quando chegaram a casa, Scarlet continuava jogando na cara
do pobre homem que ele não a dava mais a atenção de antigamente, se lamentando
pela tão odiosa chegada da velhice. E mesmo assim discutiam como crianças, como
adolescente vivendo seu primeiro amor.
Era surpreendendo
como eles manterão o amor intacto durante todos aqueles anos, vivendo de uma
simples chama que ninguém nunca conseguiu apagar.
Ela estava no
banheiro se livrando das jóias, da maquiagem e por fim do vestido, Charlie
assistia tudo de camarim impressionado com a beleza da sua mulher. Scarlet se
lembrava de tempos antigos e de como os bailes sempre acabavam, por instantes
ela pensou que aqueles tempos haviam voltados e olhou esperançosa para o marido
que a observava.
_ Sabe eu te amo há
muito tempo, agora acho que esta na hora de te odiar.
Ela disse colocando
a mão na cintura desafiadoramente e esperando que ele revidasse como sempre,
mas ele ainda sorria.
_ Não sei se lembra,
mas você me odiou quando me conheceu então essa é a hora de amar minha querida.
_Mas amar te é
cansativo e agora eu estou cansada de ser eu mesma, e de fazer as coisas que
sempre faço. Eu quero algo novo, uma aventura quem sabe?
Ele se aproximou da
mulher insana e passou as mãos pela sua cintura, ele sabia que era apenas a
bebida falando e ela sabia que ele iria culpar a bebida por sua idéia.
_ Às vezes eu realmente chego a acreditar que me casei com
uma louca, mas se quer mesmo uma aventura eu te darei uma e eu prometo que
dessa aventura você nunca vai se esquecer.
E então ele a
beijou, tirou os pés dela do chão e a rodopiou no ar sem quebrar aquele beijo
amargo assim como a alma dela, a sua doçura tinha o seu ponto certo e à hora
certa para aparecer assim como naquele momento. E não importava que ela fosse
assim tão amarga, afinal ele também era e no final os dois sempre acabavam
assim bêbados e aos beijos.
_ Fique sabendo meu
querido Charlie que eu te amava sim quando nos conhecemos, eu só não gostava de
demonstrar e então essa é a hora de te odiar. E como eu te odeio, tanto mesmo
que eu não consigo nem te olhar sem te desejar comigo para sempre.
Ele riu e fez como
prometido uma grande aventura aquela noite, e prometeu a si mesmo que a amaria
para sempre, bom ate quando conseguir agüentar a sua provocante mulher de
lábios vermelhos.
_Fique sabendo
Scarlet que eu também te amo desde quando nos vimos pela primeira vez e que vou
continuar amando ate o dia que você parar de me odiar.
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