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By segunda-feira, outubro 23, 2017 , ,

Para ler ao som de Anavitória "Amor 2 em 1"
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Não era como nos filmes, eles não se conheceram de forma grandiosa, os olhos não saíram faíscas quando se encontraram, eles não chegaram ao ápice do seu amor de primeira, levou tempo para eles se sentirem confortáveis um com o outro, levou tempo para ela enxergar nos olhos dele mais do que a compaixão de um amigo e sim um amor que rezava para ser correspondido.
O ritmo dos corações era o mesmo, batendo tão rápido que abafava a respiração pesada mediada pelos suspiros deles, o corpo dele esmagava o dela, espremia as suas gotas de suor nas dela, sem deixar nenhuma brecha para o vento gelado que vinha da janela os acariciar. Ele riu quando os seus olhos se encontraram, ele riu porque não encontrou outra forma de expressar toda a felicidade que transbordava a sua alma e ela o acompanhou por não acreditar que conseguisse amar, precisar e querer alguém assim.
O amor crescia exponencialmente, assustadoramente, como se uma faísca na floresta estivesse destruído todas as árvores, ele conseguiu balançar a sua rotina e se encaixar nos cinco minutos livres com beijos, os beijos mais cheios de ternura, cheios de uma vontade crescente de estar junto o tempo todo, de se pertencer de todas as formas humanamentes possíveis. Ela precisava que o ar cansado e que a gravidade pesada fossem aliviados por ele, ela precisava daquela risada que nunca era a mesma, mas que era tão contagiante que a desconcertava.
“Minha mão só conversa com a tua. Teu toque sossega no meu. É tu que tem minha moldura. E teu abraço cura. Se faz pedaço meu.”
Ela aprendeu a amar os gestos dele, as manias, as conversas, as músicas, o andar e o respirar com tanta facilidade que a encantava, “aprender” não era a palavra certa para descrever o sentimento, mas de certa forma é necessário aprender a viver em dois. Aprender a comprar três pães ao invés de um, de duplicar a cerveja e sempre ter pão de queijo, porque ele ama e ela ama o deixar feliz. Ficou difícil de separar tempo para estarem separados, era tão bom se encontrar no abraço cheiroso dele, de completar as frases e traduzir os pensamentos, era tão bom sentir a mesma dor só porque um sofria e eles já eram tão “nós” que doia.
“Eu já nem sei onde eu começo e termina você. Em meio segundo tu consegue me convencer que a vida é tão bonita quando dividida com alguém. Que o tempo até parece perdurar.”
Ele sempre acordava primeiro nos dias de semana, ela sempre acordava primeiro nos finais de semana,  ele tomava o seu café tão amargo que ela fazia careta antes de colocar muito mais açúcar, ele era tão quente que às vezes era insuportável ficar perto dele, tão insuportável que era necessário. A bagunça era a mesma, a loucura, a ânsia de sair do lugar, a vontade de viver cada minuto sendo melhor, maior e livre. E era assim que eles se suportavam.
Quando os dedos dele passavam pelo corpo dela ela sentia todas as suas terminações nervosas dançando, ela via o mesmo amor dançante quando os dedos dele passavam pelas cordas do violão, guitarra e baixo, ela era a luz da vida dele, na ponta dos pés.  
Eles precisaram estar bêbados para ter a coragem do primeiro beijo, precisaram de um nascer do sol visto do telhado para se assustarem com o sentimento, precisaram de horas de conversas perdidas no carro, de abraços roubados nos corredores, para acreditarem que o que eles tinham era real e não podia ser ignorado. Ela precisou de negar muito um amor óbvio para cair de cabeça na vida que sempre quis, que precisava e queria tanto que quando se tornou verdade ela se enxergou perdida e dependente de olhos sorridentes.
Tua boca cai tão bem em mim. Meu sempre cai tão bem em ti. E as contas até já perdi. De quantas vezes eu perdi o ar em te assistir sorrir.”
Ela sorriu para ele da cadeira em que estava sentada enquanto escrevia parágrafos clichês, ele sorriu para ela da cadeira que estava sentado supostamente trabalhando, e por segundos intermináveis eles perderam as correntes de pensamento para se perderam um no outro. Ele puxou a cadeira dela para perto e te encheu de beijos, beijos rápidos que cobriam o seu rosto todo, a sua alma toda, o seu futuro todo de um amor que era dele, era dela e era nosso.

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