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Lost in London

By domingo, março 19, 2017 , ,




Faz tempo que estou brigando com as palavras, tentando achar um jeito decente de explicar tudo que foi realizar um sonho. As palavras ganharam e eu decidi que não existe uma melhor forma de explicar todos os meus sentimentos se não vomita-los sem preocupação com a formatação.
Vamos lá.
Era uma vez um pequena pessoa com um sonho gigante que decidiu que sonhar já não era suficiente para dar sentido ao seu coração, então ela andou até Londres. E se decepcionou com ela mesma.
Eu entrei na cidade nublada e congelante com lágrimas de tristeza nos olhos, tinha passado apenas quinze horas longe da minha casa e já morria de saudades, era noite de ano novo e eu estava completamente perdida. É engraçado como a ideia idealizada de um sonho se espalha, como todos tem uma opinião sobre como você deve se comportar. Na minha primeira noite, eu vi os fogos de pijama sentada na calçada, sozinha e sem acreditar que o meu sorriso conseguiria na vida se tornar maior. Nada do esperado.
Comecei a pegar o gosto por ficar perdida no dia seguinte e a partir daí eu fiz tudo aquilo que queria fazer, desde ficar cinco horas em um museu até acordar de madrugada para ver o sol nascer no parque. Eu me tornei livre e me encantei com a felicidade de poder andar para dentro de uma foto, de sentir os pingos gelados de chuva no rosto e se sentir em casa, de comer das melhores comidas vegetarianas de todas, de torrar todo o dinheiro em blusas do Harry Potter e canecas, de poder ser quem eu quisesse ser, uma eu que dança a noite no metrô e passa horas vendo as pessoas e imaginando suas histórias
“I smiled like the sunshine, like the sunflowers, like Van Gogh. It was amazing.”
A toda esquina tinha uma coisa incrível para ser vista, era como andar sempre nas cenas de um filme, e essa era minha coisa favorita de se fazer, mesmo que andar congelasse as pontas dos dedos e os cílios. Quando andava eu escutava todas as línguas faladas no mundo, eu via pessoas de todos os jeitos diferentes sem medo de serem ousadas, eu me encantava com a arquitetura, me surpreendia com o silêncio, mapeava em meu coração todos os cantinhos daquela cidade e me pertencia.
“Open your eyes, there is beauty everywhere. “
Foi difícil em mais sentidos que deveria ser, eu cometi vários erros e tive que lidar com mais do que eu podia aguentar e posso afirmar com toda a certeza do mundo que eu não sou ninguém sem aqueles que estavam do meu lado mesmo estando a quilômetros de distância. Eu sei que se fosse perfeito, não seria perfeito. Entende?
Não conheci apenas pessoas, conheci países, culturas, línguas e desejos incessantes de viver. Me apaixonei pela ideia de criar amizades em duas semanas, de dançar com pessoas em ritmos diferentes, de provar comidas exóticas e me estranhar tanto com o comum dos outros. Aprendi a ser uma pessoa melhor e acreditar em mim mesma com pessoas que ainda não me conheciam por inteiro.
“[...]the only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones who never yawn or say a commonplace thing, but burn, burn, burn like fabulous yellow roman candles exploding like spiders across the stars and in the middle you see the blue centerlight pop and everybody goes “Awww!”
Jack Kerouac, On the Road

Eu me sentia muitas vezes a dona do mundo, outras uma formiguinha na multidão, eu vivi lá todos os meus dias fazendo algo novo e enfrentando algum tipo de desafio e descobri que é isso que eu quero para minha vida, quero acordar e ter uma lista de novos lugares para visitar, quero ter a liberdade de beber da vida e ficar tonta de felicidade e amar todos os segundos dessa aventura.
“The only thing that I know for sure is that I will be back.”

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1 Amores

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