Ela não precisava de muito, às vezes apenas uma xicara de chá e um doce eram suficientes para encher sua semana de sorrisos. A única coisa que ela não conseguia abrir mão, mesmo que já abrisse, era de ter ele ao seu lado, o tempo todo. Egoísta porque sabia muito bem que os dias difíceis eram mais frequentes do que podia admitir, que às vezes apenas a esperança não era suficiente, mas que no final de todos os dias, ela estaria amando ele.

                Esse era um dos dias que fazia tudo valer a pena, não só porque era noite de natal, mas porque ela acordou gargalhando dos roncos dele. Eles decidiram não fazer nada o dia todo, mesmo sabendo que podiam fazer tudo quando estavam juntos, ele dormiu vendo o filme e ela queimou a pipoca.

                - Vamos sair? – ele perguntou.

                - Para onde? Já é quase meia noite, todos devem estar em casa comemorando o natal.

                Ele riu como se soubesse de algo que ela não sabia e a empurrou até o chuveiro. Ele a levou para uma daquelas ruas desertas que tinham a cidade como vista e tirou o violão, a pizza e os cobertores do carro. Ela deitou no chão perdida em pensamentos, com o sorriso de orelha a orelha enquanto ele cantava as suas musicas preferidas e ela lutava para não cantar junto porque ela simplesmente amava a voz dele.

                A noite abraçava o amor deles, as estrelas pareciam brilhar um pouco mais a cada segundo para encher os corações de esperança, ele não tirava os olhos dela, mesmo quando derramou katchup na calça e ela não conseguia acreditar que essa era sua vida, que ela tinha aquilo que todos estavam atrás, amor.

                Ele não sabia como seria o futuro, não sabia se ia ter dinheiro suficiente para todos os planos que tinha, não sabia se o tempo que tinham seria suficiente para amar ela do jeito que merecia, mas ele sabia que ela estava em todos os caminhos que pensava para a sua vida.

                - Você sabia que tudo que eu preciso na vida é saber que você vai estar me amando? – ela disse no meio do abraço, com lagrimas nos olhos.

                Já era meia noite e ele não só sabia como prometeu baixinho que iria para sempre amar.

- Feliz natal meu amor.