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Love me, love me not.

By terça-feira, novembro 01, 2016 , ,



Nós estávamos tão perto que parecia impossível, meu nariz gelado tocava a bochecha dele, nossa respiração de tão lenta entrou em sincronia, meus dedos traçavam um caminho sem volta pelo seu rosto, como se eu quisesse decorar todos os centímetros da sua pele, todos os cantos de sua boca, todas as curvas do seu nariz, todos os sonhos em formato de brilho dos olhos e enquanto meus dedos dançavam por sua pele uma corrente elétrica ia se formando, eu me sentia ligada a ele de todas as formas possíveis que mesmo levando choques por ama-lo, eu não conseguia ficar longe.
Ele encostou os seus lábios nos meus como já havia feito um milhão de vezes e meu coração disparou como havia disparado todas as outras vezes, eu sorri e ele beijou meu sorriso. Me faltava palavras e sentimentos para isso, essa conexão de outro mundo, esse amor que era tão intenso que ia além da palavra, além do comum. Nada sobre nós era comum.
Começando pela parte que apesar da convicção de todos e do óbvio, nós não éramos um casal, não conseguíamos ser. A vida era complicada demais, o destino tinha colocado como a sua missão a de nos separar toda vezes que tínhamos a chance de ficar juntos. Eu me apaixonava por todos, não conseguia negar contar uma história de amor e para isso eu precisava vive-la, ele me detestava com unhas e dentes, porque não conseguia deixar de me amar.
- Eu tenho que ir. - ele disse enquanto se levantava e pegava suas roupas espalhadas por aquele quarto bagunçado de hotel.
-            Mas já?
-        Você sabe que quanto mais tempo passamos juntos, mais é difícil dizer adeus.
Eu deixaria ele e a cidade pela manha, não seria justo pedir ele para ficar, nunca era justo. No fundo eu sabia que o coração dele era meu, sabia que eu nunca conseguiria ser feliz longe dele, sabia que doía e que eu era fraca de mais para aguentar, sabia que eu usava ele e muitos outros para não me deixar ser usada, sabia que nunca daria certo, sabia que ele era a minha casa e que eu precisava desesperadamente dele.
Por isso eu me levantei e o abracei por trás, enterrando o meu choro ridículo nos músculos das suas costas, senti seu corpo vibrando com o meu toque gelado e seu suspiro longo e pesado, mesmo com os olhos eu consegui ainda ver e sentir todo o amor que existia ali.  Ele precisava de mim tanto quanto eu precisava dele.
Nós deitamos novamente na cama, ele passava os dedos no meu rosto como eu havia feito com ele, nós discutíamos e planejávamos um futuro que sabíamos que não existiria, mas ali naquele momento nada disso importava, porque eu estava em casa.
Alguns amores foram feitos para existir, e não para acontecer.  










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Luiza.