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Me perder em você.

By domingo, maio 15, 2016 , , ,

baseado na música "A noite'" - Tiêmúsicas para aprender a dançar na chuva: 27 de setembro de 2013:


Ela já tinha passado as cotas das coisas que não devia fazer, dos sonhos que já riram de sua cara, ela já tinha cansado de olhar os seus olhos no espelho e se encontrar com o vazio. Qual é o peso da culpa que ela carregava nos braços? Maior do que podia aguentar.
Ele bateu a campainha e som soou no apartamento dela vazio, vazio de pessoas de alma e de sentimento. Estava colocando o vestido ainda, o florido para reafirmar a sua delicadeza que era mascarada por uma carranca de mulher ocupada. Ela o pediu para esperar enquanto passava o batom cor de rosa e penteava seus cabelos loiros em um coque, ela estava linda assim e foi à primeira coisa que ele notou quando ela finalmente desceu as escadas do prédio correndo.
Eles foram naquele mesmo restaurante que ele amava, mesmo que ela não gostasse de comida chinesa. Ou gostasse, a maldade do tempo havia a afastado de si mesma. A conversa entre os dois variava de superficial ao sol do dia anterior, no meio do caminho a necessidade por algo profundo e significativo tinha se perdido, mas o sentimento... Esse nem o tempo conseguia afastar.
- Não estou mais conseguindo dormir a noite.
O peso em seus ombros falou mais alto, não era justo o que a vida tinha colocado para ela lidar, não era justo porque não havia mais nada que ela poderia fazer, a não ser compartilhar esse peso.
- Por quê?
- Porque pelo tanto que eu te quero o perto não basta, me perdi no que era real e no que eu inventei e agora não consigo mais me achar a não ser nos seus braços, mas parece que toda vez que eu estendo as mãos você vira as costas.
Ele continuou comendo sem me dar uma resposta, não porque ele não sabia responder, mas sim por ter medo do impacto que a resposta teria sobre ela, mesmo sabendo que ela já havia aguentado de mais. Ela amava a imagem que ele tinha dela, ela amava a vida que poderia ter com ele, ela amava que a paixão fosse antiga e que o tempo pareceu nunca passar.
Mas isso não era suficiente, era?
Eles terminaram de comer em silêncio, pagaram a conta e foram até a porta. Estava chovendo.
- Você se importa com a chuva? – Ele perguntou.
Ela fez que não com a cabeça e eles saíram caminhando sem preocupação nenhuma pela chuva, ele estendeu a sua mão e pegou a dela. Seu coração acelerou como se fosse a primeira vez que ele havia feito isso e aquele sentimento de solidão que a assombrava todas as noites, parecia insignificante.
Chegaram à porta do prédio e o olhar parecia ser inquebrável, mais uma noite tinha se estendido ate aqui e como ela sabia, acabaria ali. Ele voltaria a sua vida e ela voltaria para dela, porque os laços ainda não tinham sido feitos e pareciam tão distantes da realidade que todos os dias passava pela cabeça dela a vontade de desistir de algo que não teria futuro. Mas então ele olhou para cima e seguiu uma gota de chuva cair nos cílios dela que desceria como uma lagrima pelos olhos fechados dela, se ele não houvesse estendido a sua mão para pega-la.
Era incrível como apenas o toque de sua mão contra a pele dela fazia todos os seus músculos se contraírem, fazia com que um arrepio saísse das pontas dos seus dedos dos pés e chegava ate seu rosto para abrir um sorriso. Era incrível a influencia que ele tinha sobre ela. Era incrível e até impossível que esse amor existisse, mas ele existia.
- Sei que não sou bom o suficiente para você, me desculpe por isso.
Não eram mais gotas de chuva que desciam pelo seu rosto e molhavam seu sorriso.
- Eu te amo. – Ele disse.

- O telefone vai estar na minha mão.

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