VocĂȘ e eu.
Ela estava no meio de um daqueles momentos, momentos que se diziam
grandiosos. A vida dela passou pelos seus olhos, como se fosse curta assim e sem complicaçÔes.
Ela simplesmente amou a simplicidade de pequenas pessoas que estĂŁo decidias a
mudar o mundo.
Cheio de ‘bom dias’ e sorrisos
galantes, ele mudou tudo, pegou e chacoalhou como se fosse um estupido
brinquedo. Podia ate parecer um brinquedo, a vida dela nunca foi lĂĄ grandes
coisas, e com toda certeza nĂŁo estava pronta para o impacto que ele causou.
Ela se apaixonou em quinze segundos, em um olhar de soslaio e uma
simples palavra, uma palavra ridĂcula e incrivelmente necessĂĄria, “desculpa”.
E foi ai que aquele momento fez a sua magica e se estendeu ate o futuro. Ela parou
no meio da rua e virou para traz para olhar aquele homem, homem pelo qual se
encantou de uma forma tĂŁo intensa, continuar o seu caminho de sempre, para o
lado contrario ao que ela estava indo.
Tudo podia acabar ai, a vida nĂŁo
Ă© justa e nem sempre existem finais felizes, quase nunca para ser sincera. Mas eu
gosto de pensar que cada segundo da vida tem de ser comemorado e celebrado como
se fosse o segundo mais importante. Porque Ă© ai que mora a beleza da
mortalidade, nada Ă© como parece ser, nada acaba como querĂamos que acabasse. E eu
sou uma dessas romĂąnticas de plantĂŁo.
Ele olhou pra traz, nĂŁo porque queria irritar mais ainda o seu chefe
com os seus constantes atrasos, mas sim por causa dos olhos dela, olhos tĂŁo
tristes e desesperados que ele nĂŁo conseguiu evitar a urgĂȘncia que subiu pelo
seu peito de levar felicidade para a vida daquela mulher desastrada.
Simples assim ele correu para o lugar onde ela ainda estava parada
como se tivesse esquecido como andar e como respirar. Ele colou as suas mĂŁos
quentes no rosto dela, e nĂŁo pareceu estranho, ela nĂŁo sabia nem o seu nome,
mas se sentiu incrivelmente confortĂĄvel com esse estranho.
Ela sentiu o seu sorriso se abrir e suas bochechas corarem, ela sentiu
o seu coração querendo se acelerar e o exato lugar onde as mãos dele se
encontravam formigando, como se estivesse em choque.
- Feche os olhos.
Ele pediu e ela obedeceu.
- Quero que preste atenção na minha voz, quero que se esqueça da minha
aparĂȘncia, quero que sorria nĂŁo pela beleza do mundo Ă sua volta e sim pelo
fato de estar aqui, estar viva e de nada poder te atingir. Desculpe-me por essa
invasão de privacidade e por talvez estar te assustando, mas eu senti que alguém
precisava te dizer o quĂŁo bonita vocĂȘ Ă©.
Ela abriu a boca para responder duas vezes e nenhum som teve coragem
de sair, nĂŁo existiam palavras para descrever o sentimento que alastrou pelo
seu corpo. Uma lagrima escorreu de seus olhos ainda fechados e suas mĂŁos se
encaixaram em cima das dele, como se precisasse o manter ali, para sempre.
- JĂĄ pode abrir os olhos.
Ela riu por vergonha da sua falta de reação aparente, ele riu porque assim
que ela abriu os olhos tudo havia mudado. Ele nĂŁo estava sĂł procurando mudar o
mundo, nĂŁo sĂł queria dizer ‘bom dias’ e receber olhares de pessoas egocĂȘntricas
de retorno, ele queria a coisa verdadeira, ele queria que alguém o olhasse nos
olhos da maneira que ela estava o olhando, com todo o carinho e sentimento,
todos os dias.
-Obrigada, quero dizer, ninguém havia falado nada assim para mim
antes. E me chame de louca, mas tem algo me dizendo que vocĂȘ Ă© aquele que eu
nĂŁo posso deixar ir.
Ele achou um modo de fazer o bem, ela achou alguém para dar motivo aos
seus momentos, e pareceu ate perfeito, se Ă© que existe tal coisa.
- Eu nĂŁo estou planejando ir a lugar algum, nĂŁo sem vocĂȘ.
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Oi Aly! Eu era uma leitora antiga sua, lembro quando seu blog era bem simples, fico feliz em ver como ele cresceu e vocĂȘ continua escrevendo tĂŁo bem, o tipo de texto que a gente suspira no fim :) Bom, sucesso pra vocĂȘ sempre ;)
ResponderExcluirhttp://milkshakedapipoquinha.blogspot.com.br/
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Luiza.