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O jeito que eu vi a vida.

By quinta-feira, setembro 19, 2013 , , ,

               Blue veins | via Tumblr
 Sabe aquela sensação borbulhante de amor que não tem nem pé nem cabeça e que mesmo assim toma todo o seu ser, sabe todos aqueles ensinamentos inacabados que se tem em todo filme, sabe aquele desespero por uma chama de esperança que mesmo ao tardar do dia ainda faz falta? Sabe todas aquelas grandes sensações de intenso poder que você sonha acordado e se pega dizendo que um dia você será grande. Era isso que eu costumava achar da minha vida, costumava querer que algo imensamente lindo caísse do céu, mas os tempos mudaram e eu posso dizer que depois de você eu nunca fui à mesma.
                E foi pequeno como eu nunca imaginaria que fosse e fez tanto bem em tão pouco tempo que eu não me ousaria a duvidar de sua capacidade. Porque quando estava lá no centro sala, com o seu violão na mão acompanhando a musica em palavras surdas, com os olhos caídos sem nem mesmo piscar, com o chapéu torto te dando um ar de mistério inquebrável, eu estava no fundo da sala, invisível.
                E nos míseros segundos em que seus olhos se voltavam para o publico eles fitavam apenas aquelas lindas garotas aos seus pés, gritando como se estivessem vendo alguém mais poderoso que Deus. Enquanto eu observava a sua virada de cantor de fundo de garagem em pop star meu orgulho não se fazia presente.
                Louca eu fui por imaginar um futuro tão belo e imaterial para nós dois, por ficar horas acordada falando no telefone com você. Nós somos artistas, fazemos parte das pessoas que irão mudar o mundo você dizia e agora, sem nem mesmo tirar uma foto ou pintar um quadro eu sei que eu faço parte desse grupo de pessoas e sem você.
                Agora eu sei que você não ira me amar quando eu for velha e não ter importância, porque o seu brilho me cegou e ofuscou todas as chances que havia para os sonhos serem realizados. E nem por isso eu deixei de te amar.
                Você não trouxe o que tinha de melhor em mim com seu amor, você deixou o meu eu de lado enquanto brincava de faz de conta com a mulher perfeita. E se eu parasse para prestar atenção nas coisas pequenas como no seu cabelo todo amassado, sua falta de interesse na moda e do jeito que você falava tão politicamente correto eu provavelmente não ligaria para você, por que eu gosto de aventuras e do tipo de pessoa que não se contenta em sentar e esperar.
                Eu não era a musa, era o burro de carga. Eu vi o mundo virar as costas, vi os meus amigos e família ficarem impacientes ate me deixarem, eu vi o erro que eu estava cometendo pelos olhos de todos que passavam por mim, eu via o reflexo do meu desespero nos olhos dele.
                E a desculpa usada por todas me fazia acreditar que era apenas isso que eu queria, e meu estomago revirava toda vez que passava pela minha cabeça que a única coisa que eu queria e que eu precisava era de amor. Eu costumava a ser maior do que isso, costumava acreditar em clichês estúpidos e que tinha um lugar lá fora onde o sol brilharia apenas para mim.
                Como um vampiro você sugou a vida de dentro de mim aos poucos, fazia sem que fosse notado, dizia ter um plano digno de uma vida toda esperando por nós. E eu deixei, porque a imagem da felicidade estava tão velha na minha cabeça que não fazia mais importância.
 Eu ainda acredito que algo ira cair do céu, algo tão magico que me fará esquecer todos os pesares e amores, algo que vai suprir a minha vontade de ser melhor e que vai me tornar grande o bastante para ser notada, porque se forem apenas malandros de chapéu que a vida tem para oferecer eu não sei por que ainda damos tanta importância para ela. Eu acredito em tudo aquilo que me fez um dia uma pessoa transbordada de esperança, a única diferença é que agora eu sei que se algo cair do céu eu não estarei lá para pegar. 

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2 Amores

  1. Muito lindo seu texto!! Você escreve bem! Já pensou em escrever um livro? Talvez um livro de contos? Deveria arriscar!!

    http://milkshakedapipoquinha.blogspot.com.br/

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  2. Bela crônica, Aly. Guardarei comigo essa imagem forte: "a imagem da felicidade estava tão velha na minha cabeça que não fazia mais importância."

    Beijos

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