O jeito que eu vi a vida.
Sabe aquela sensação borbulhante de amor que
não tem nem pé nem cabeça e que mesmo assim toma todo o seu ser, sabe todos aqueles
ensinamentos inacabados que se tem em todo filme, sabe aquele desespero por uma
chama de esperança que mesmo ao tardar do dia ainda faz falta? Sabe todas
aquelas grandes sensações de intenso poder que você sonha acordado e se pega
dizendo que um dia você será grande. Era isso que eu costumava achar da minha
vida, costumava querer que algo imensamente lindo caísse do céu, mas os tempos
mudaram e eu posso dizer que depois de você eu nunca fui à mesma.
E foi
pequeno como eu nunca imaginaria que fosse e fez tanto bem em tão pouco tempo
que eu não me ousaria a duvidar de sua capacidade. Porque quando estava lá no
centro sala, com o seu violão na mão acompanhando a musica em palavras surdas,
com os olhos caídos sem nem mesmo piscar, com o chapéu torto te dando um ar de
mistério inquebrável, eu estava no fundo da sala, invisível.
E nos
míseros segundos em que seus olhos se voltavam para o publico eles fitavam apenas
aquelas lindas garotas aos seus pés, gritando como se estivessem vendo alguém
mais poderoso que Deus. Enquanto eu observava a sua virada de cantor de fundo
de garagem em pop star meu orgulho não se fazia presente.
Louca
eu fui por imaginar um futuro tão belo e imaterial para nós dois, por ficar
horas acordada falando no telefone com você. Nós somos artistas, fazemos parte
das pessoas que irão mudar o mundo você dizia e agora, sem nem mesmo tirar uma
foto ou pintar um quadro eu sei que eu faço parte desse grupo de pessoas e sem
você.
Agora
eu sei que você não ira me amar quando eu for velha e não ter importância,
porque o seu brilho me cegou e ofuscou todas as chances que havia para os
sonhos serem realizados. E nem por isso eu deixei de te amar.
Você
não trouxe o que tinha de melhor em mim com seu amor, você deixou o meu eu de
lado enquanto brincava de faz de conta com a mulher perfeita. E se eu parasse
para prestar atenção nas coisas pequenas como no seu cabelo todo amassado, sua
falta de interesse na moda e do jeito que você falava tão politicamente correto
eu provavelmente não ligaria para você, por que eu gosto de aventuras e do tipo
de pessoa que não se contenta em sentar e esperar.
Eu não
era a musa, era o burro de carga. Eu vi o mundo virar as costas, vi os meus
amigos e família ficarem impacientes ate me deixarem, eu vi o erro que eu
estava cometendo pelos olhos de todos que passavam por mim, eu via o reflexo do
meu desespero nos olhos dele.
E a
desculpa usada por todas me fazia acreditar que era apenas isso que eu queria,
e meu estomago revirava toda vez que passava pela minha cabeça que a única
coisa que eu queria e que eu precisava era de amor. Eu costumava a ser maior do
que isso, costumava acreditar em clichês estúpidos e que tinha um lugar lá fora
onde o sol brilharia apenas para mim.
Como um
vampiro você sugou a vida de dentro de mim aos poucos, fazia sem que fosse
notado, dizia ter um plano digno de uma vida toda esperando por nós. E eu
deixei, porque a imagem da felicidade estava tão velha na minha cabeça que não
fazia mais importância.
Eu ainda acredito que algo ira cair do céu,
algo tão magico que me fará esquecer todos os pesares e amores, algo que vai
suprir a minha vontade de ser melhor e que vai me tornar grande o bastante para
ser notada, porque se forem apenas malandros de chapéu que a vida tem para
oferecer eu não sei por que ainda damos tanta importância para ela. Eu acredito
em tudo aquilo que me fez um dia uma pessoa transbordada de esperança, a única
diferença é que agora eu sei que se algo cair do céu eu não estarei lá para
pegar.
2 Amores
Muito lindo seu texto!! Você escreve bem! Já pensou em escrever um livro? Talvez um livro de contos? Deveria arriscar!!
ResponderExcluirhttp://milkshakedapipoquinha.blogspot.com.br/
Bela crônica, Aly. Guardarei comigo essa imagem forte: "a imagem da felicidade estava tão velha na minha cabeça que não fazia mais importância."
ResponderExcluirBeijos
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Luiza.