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By terça-feira, agosto 06, 2013 , , ,

Para ler ao som de Lykke Li - I Follow Rivers

                 be strong | VK
        Ele estava em uma ponta do corredor e ela estava na outra, eles eram insuportavelmente teimosos para não notar a presença um do outro. 
        E no minuto que os olhos dela encontraram os dele foi como se o tempo começasse a correr mais devagar, em câmera lenta. E era uma coisa tão intensa que a arrepiou dos pés a cabeça, fez o seu coração bater dolorosamente mais rápido e tudo que estava em sua mente simplesmente desaparecer. Era como se eles fossem um só, como se a correnteza os jogasse nos braços um do outro toda a vez que tivesse a chance. 
        E o chão poderia rachar, o mundo poderia superlotar, o sol explodir, a lua cair que ainda sim aqueles dois estariam colados como cola, com algo tão forte que poderia deixar a morte para trás e os vivos pequenos de mais para ter uma chance de apreciar. Estava escrito nas estrelas, cravado no céu, empilhado na cidade e destruído dentro de si mesmos.
        Quanto mais eles chegavam perto mais a onda de emoções os arrebatavam, mais a pressa de chegar do outro lado surgia, era como droga, como algo que não poderia ser evitado. E ela reparou aquilo que nem um charlatão conseguiria ver, ela viu a dor da alma dele. 
          E foi por isso que quando o olhar estava pronto para ser quebrado, ela deu a volta e começou a andar do seu lado, com as mãos raspando uma nas outras de tempo em tempo, com a respiração de ambos tão perto que seguiu o seu próprio ritmo. Ele conseguia sentir o cheiro embriagante do condicionador dela, ela conseguia ver as veias saltando do pescoço dele.
       E enquanto eles andavam os sentimentos iam se ampliando como se não houvesse limite, como se não houvessem barreiras e eles pudessem explodir de intensidade e ninguém repararia. Ela virou em uma sala qualquer que não levaria a lugar nenhum e ele a seguiu, porque ele a seguiria até o mar aberto se fosse preciso, ele a seguiria porque aquilo que os mantinham unidos era maior que qualquer outra coisa no mundo, como se ela fosse o seu centro de gravidade e vice versa.
          Como se não fosse desesperador o bastante, ele começou a desabar no minuto que a porta se fechou atrás dele. Com mãos tremendo, pulsação ao máximo e lagrimas de puro terror jorrando seus olhos, ele não estava morrendo apenas precisava de algo pra se segurar. E ela era aquele algo, e ela o segurou, o abraçou tão forte que não havia mais fôlego para os soluços dele, não havia mais espaço para as dores de nenhum dos dois. 
         Estavam seguros ali, nos braços um do outro, estava certo. A força se tornou maior no minuto que a luta contra tudo e contra todos deu a eles um tempo para se render, para ter um par de mãos para os pegar, para finalmente poder acabar o que nenhum dos dois começou e que agora os destruía.
           E o olhar, o inquebrável e enlouquecedor olhar mantinha ele a seguindo e ela o amando. 

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1 Amores

  1. É impressionante a maneira como você trabalha com fatos simples e cotidianos e mostra que eles podem ser transformados em lindas histórias de romance. Simples olhares, cheiros, até mesmo o ar da respiração atuam como cúmplices de um romance pré determinado. Suas histórias dão um certo clima de vivencia de cada segundo da vida como se fosse único e inesquecível.

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